Agricultura
Mandioca ganha viabilidade e conquista espaço em áreas de soja em Mato Grosso

Fotos: Assessoria
Coragem, determinação e apoio! Três palavras que resumem bem a história da produção de mandioca em São José do Rio Claro, Mato Grosso. O município que em 2022 produzia apenas em três hectares a cultura, hoje caminha para superar os 50 hectares após a iniciativa de uma produtora que herdou do pai o talento e a paixão pelo cultivo do tubérculo.
O caminhão cheio mostra que a colheita na Estância Gabriela foi farta. O início do cultivo na propriedade foi para subsistência, uma prática, aliás, adotada pelo produtor Nivaldo Fiorini desde moleque.
O produtor e a família se mudaram para São José do Rio Claro em 2006. Em 2010 começou a plantar soja e assim foi até 2016, até que decidiu plantar mandioca. A produção era entregue em um “espetinho”.
O início, segundo o produtor, foi desafiador. O crescimento condicionado à irrigação é estratégico. Garante melhor desempenho e permite o escalonamento do plantio, visando a disponibilidade do produto nas épocas do ano em que a oferta costuma ser insuficiente para atender a demanda.
“Você tem que ter jogo de cintura, porque você vai plantar na seca, você vai arrancar. Você planta cinco hectares de mandioca, você vai ter que arrancar em dois, três meses. Se plantar na irrigada, você não precisa plantar tudo de uma vez. Então, todo mês planta um hectare, dois hectares, meio hectare. Vai escalonando para ter o ano inteiro, porque não adianta você ter mandioca tudo num dia só”, diz o produtor ao Sena Transforma desta semana.
A Estância Gabriela possui 75 hectares ao todo. O “seo” Nivaldo arrenda a maior parte da área para outro agricultor da região, que planta soja e milho. Os 12 hectares produtivos restantes são divididos entre o cultivo de soja e de mandioca que, na próxima safra, vai ocupar mais um pedaço do terreno atualmente destinado à oleaginosa.
“Eu gostei. Eu não mudaria mais. Você fica em muitas atividades e não faz bem em uma ou em outra… Então, você tem que ser bom no que faz”.
Do sonho ao convencimento local
A convicção de que a mandiocultura é um bom negócio foi herdada pela filha caçula do “seo” Nivaldo. Depois de morar alguns anos na região sul do país, a produtora Vânia Furtado Fiorini voltou para São José do Rio Claro certa de que, com um trabalho bem elaborado e soma de forças, este cultivo teria um futuro muito promissor no município.
“Um dia me perguntaram se eu tinha um sonho. Eu falei que meu sonho era conseguir colocar na cabeça dos pequenos produtores daqui todo o conhecimento que eu tive na região de Quatro Pontes, no Paraná”, comenta.

Na época em que teve um estalo para montar a associação, Vânia conta que chegou a ouvir de seu pai e do marido para deixar “quieto”, mas no fim, como os dois sabiam de sua teimosia e que não desistiria, acabaram abraçando a ideia.
Conforme a produtora e presidente da Associação dos Pequenos Produtores de São José do Rio Claro (Aproclaro), ao levarem a ideia para a Prefeitura de São José do Rio Claro, a mesma os convidou para conhecer um projeto desenvolvido em Sorriso, o Frutifica Sorriso.
“Quando voltamos para cá as pessoas ficaram muito encantadas com o que viram e foi um pouco mais fácil de conseguirmos montar e implantar a associação aqui”.
Após a criação da associação, surgiu a ideia de uma agroindústria, que mais uma vez contou com o apoio do poder público local e ganhou espaço em uma antiga escola agrícola.
“Quem plantava, que estava na associação, era eu e meu pai. Não davam três hectares plantados. O meu pai já trabalhava com mandioca, então nós tínhamos que colocar na cabeça do produtor que aquilo era bom”.

Assistência técnica muda a realidade da produção
Para levar essa mensagem aos produtores, a produtora contou com a ajuda do presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Claro, Aparecido Rodrigues. Ele enxergou o potencial do projeto e entendeu que o sucesso do mesmo também passaria pela orientação técnica e gerencial.
Durante uma conversa, Aparecido comentou sobre o programa do Senar Mato Grosso que leva assistência técnica e gerencial aos produtores e que possui três anos de duração. O programa em questão era a ATeG Olericultura.
“Na minha opinião, foi uma das melhores coisas que a gente pôde fazer para o produtor”.
Os atendimentos da ATeG Olericultura em São José do Rio Claro tiveram início em meados de 2022.
“Quando chegamos aqui, já tinha o grupo montado. Só que eles ainda não tinham essa tradição de cultivar mandioca. Eles tinham um sonho de cultivar”, frisa o técnico de campo Jefferson Benedito Barros da Silva.
Vânia foi a primeira produtora com quem Jefferson conversou. Ele lembra ainda que não foi fácil convencer os produtores locais, uma vez que muitos ali estavam há 20, 30 anos com outros cultivos.

“Leva tempo para ganhar essa confiança e começar a mudar os hábitos dele para depois mostrar o resultado lá na ponta. Muitos ainda tinham receio de plantar. ‘E depois, para quem vou vender essa mandioca?’. E através desse sonho da Vânia, que se tornou realidade, nós fizemos que mais produtores aderissem à cultura”.
“Você tendo uma boa preparação do solo, você consegue reduzir o ciclo da planta e aumentar a produtividade. Outra coisa fundamental para conseguir altas produtividades numa mandioca com padrão e qualidade é fazer calagem, conforme as recomendações, e adubação”.
Faz quase três anos que uma vez por mês que o técnico de campo leva conhecimento sobre a produção de mandioca para os produtores de São José do Rio Claro. Na Estância Gabriela, onde a produção de mandioca já era uma realidade, a troca de informações com o profissional do Senar também tem feito a diferença.
Além de poder contar com o olhar mais técnico para o campo, o “seo” Nivaldo também tem aproveitado as orientações para melhorar a gestão da atividade.

Com o sorriso de orelha a orelha, o produtor conta ao programa do Canal Rural Mato Grosso que já sabe o quanto ganhou nos meses de janeiro e fevereiro.
“Ele põe tudo no caderno e aí eu sei o quanto estou ganhando. Eu não sabia. Mas, tem que ter parâmetro. E agora está bom. A gente está sabendo o quanto ganha. Não fica rico, mas é bom”.
Agroindústria influência na produção de mandioca
O entusiasmo com este novo momento da mandiocultura no município animou até quem tem tradição no cultivo de soja.
É o caso do presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Claro, Aparecido Rodrigues. “Aqui na região não tinha praticamente plantio de mandioca, muito pouco. E hoje virou uma febre. Ano passado foi meu primeiro ano e esse ano estamos com seis hectares. E bastante gente está embarcando junto”.
Independentemente do perfil do produtor, cada sorriso otimista demonstra como o trabalho conjunto e a coragem de enfrentar desafios para construir novas oportunidades valem todo esforço. Assim como os números, que não deixam dúvidas: o grupo está no caminho certo.

De acordo com Jefferson, quando os trabalhos começaram em 2022 ele fez um mapeamento da produção de mandioca em São José do Rio Claro. Na época apenas três hectares eram destinados para a cultura e com o convencimento dos produtores em 2023 saltou para 24 hectares.
“De 2023 para 2024 saímos de 24 hectares para 50 hectares e a tendência é aumentar cada vez mais”.
No que diz respeito a produtividade, enquanto a produtividade média do estado é de 14 mil quilos por hectare, em São José do Rio Claro as médias variam entre 20 mil e 40 mil quilos por hectare.
E esta expansão está diretamente ligada ao trabalho feito pela agroindústria, que tem conquistado cada vez mais clientes nos municípios da região, ampliando a demanda pelo produto.
Quando a comercialização da produção da associação começou, Vânia recorda que em 2023 haviam sido 82 toneladas de mandioca.
“Em 2024, nós vendemos 210 toneladas e agora esse ano, janeiro e fevereiro, 51 toneladas. Arrepio só de falar. Para se ter uma noção, temos associados que trabalhavam em fazenda, ganhavam super em e saíram para viver da propriedade rural. São pessoas que estão bem contentes com a atividade”.

Hoje, a Aproclaro conta com 30 associados, entretanto cerca de 15 entregam a produção no momento. Os demais estão em primeiro plantio, relata ao Canal Rural Mato Grosso a produtora.
Além do espaço para a agroindústria, a Aproclaro conseguiu com a Prefeitura municipal a cessão de uma plantadeira, cujo uso é revezado entre os produtores. Outra ajuda veio do governo de Mato Grosso com um caminhão para levar a produção para o comércio local e de municípios como Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Diamantino, Arenápolis e Nortelândia.
“A ajuda do poder público com o pessoal do Senar fez toda a diferença para nós. A gente entrega em torno de dois mil, três mil quilos por semana. É geração de emprego para essas pessoas que estão aqui [na indústria], geração de renda para o produtor e para quem faz a entrega. É uma engrenagem”.
Ao ser questionada se a palavra “impossível” faz parte do seu dicionário, Vânia é enfática ao dizer que “jamais!”.
“O impossível não existe no meu vocabulário. muita gente falava que era impossível conseguir a industrial, conseguir o caminhão, que era impossível colocar na cabeça do produtor de São José do Rio Claro para produzir mandioca e olha o tanto que já conseguimos. E, hoje, é gratificante ver o resultado de tudo isso”.
Luiz Patroni/Viviane Petroli
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Tarifaço faz Brasil perder US$ 700 mi em vendas de carne, mas exportações batem recorde

Apesar das tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros, as exportações totais de carne bovina em outubro obtiveram uma receita de US$ 1,897 bilhão, alta de 37,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Foram movimentadas 360,28 mil toneladas, 12,8% a mais do que um ano atrás. A queda nas exportações para os EUA, com perda estimada US$ 700 milhões de agosto a outubro, foi compensada pelo aumento de vendas para outros países.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), incluindo na informação carnes in natura e industrializada, miudezas comestíveis e sebo bovino, entre outros subprodutos da cadeia de produção da carne bovina.
Segundo a entidade, no acumulado dos primeiros dez meses do ano as exportações totais já proporcionaram uma receita recorde de US$ 14,655 bilhões, com alta de 36% sobre o mesmo período de 2024. A movimentação, também recorde, foi de 3.148 mil toneladas, um aumento de 18% na mesma base de comparação.
Para os Estados Unidos, segundo maior cliente do segmento no Brasil, as vendas de carne bovina vêm caindo. As exportações do produto in natura para o país americano recuaram 54% no mês de outubro, em relação a outubro do ano anterior, para US$ 58 milhões, mostrando ainda certa resiliência apesar das tarifas, na visão da Abrafrigo.
No caso da carne bovina industrializada, o recuo no mesmo período foi de 20,3%, para US$ 24,9 milhões, enquanto sebo e outras gorduras bovinas recuaram 70,4%, para US$ 5,7 milhões.
Considerando o período de janeiro a outubro de 2025, as exportações totais de carnes e outros derivados bovinos para os Estados Unidos cresceram 40,4% sobre o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 1,796 bilhão, resultado que reflete o forte ritmo das exportações anterior ao tarifaço.
Considerando os meses de agosto a outubro de 2025, período de vigência das tarifas adicionais, as vendas totais de carne e subprodutos bovinos para os Estados Unidos recuaram 36,4%, resultando em perdas estimadas em aproximadamente US$ 700 milhões.
“Embora essas perdas tenham sido compensadas com folga pelo aumento das vendas para outros mercados, o fato é que as exportações de carne bovina do Brasil poderiam ser ainda maiores caso as tarifas punitivas do governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros não tivessem sido aplicadas”, afirma a associação.
Carne para China e UE
As exportações para a China, no acumulado do ano de 2025 até outubro, somaram US$ 7,060 bilhões de receita e 1.323 mil toneladas exportadas, com altas de 45,8% e 21,4%, respectivamente.
A União Europeia, considerando como um mercado único, foi o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina no mês de outubro de 2025, crescendo 112% em relação ao mesmo mês do ano anterior, para US$ 140 milhões.
De janeiro a outubro, as vendas para o bloco europeu cresceram 70,2% sobre o mesmo período do ano anterior, somando US$ 815,9 milhões, com preços médios que alcançaram US$ 8.362 por tonelada de carne bovina in natura.
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Agricultura
Conab atualiza dados e aponta atraso na temporada de soja 25/26; mercado reage na semana

Os preços de soja no mercado brasileiro registraram poucas oscilações nesta semana, que também apresentou uma discreta melhora no ritmo de comercialização. Segundo a consultoria Safras & Mercado, o cenário foi marcado pela estabilidade nos prêmios de exportação, alta dos contratos futuros em Chicago e dólar em queda frente ao real.
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Mesmo com o avanço em Chicago, a diferença entre as bases de compra e venda continua elevada, limitando a retomada mais firme dos negócios. Produtores seguem retendo a oferta, na expectativa de cotações mais altas, enquanto acompanham o desenvolvimento das lavouras.
Preços de soja no fim da semana
- No mercado físico, a saca de 60 quilos recuou de R$ 136,00 para R$ 135,00 em Passo Fundo (RS)
- Em Cascavel (PR), houve leve alta, de R$ 135,00 para R$ 136,00
- Em Rondonópolis (MT), a cotação subiu de R$ 125,00 para R$ 127,00
- No Porto de Paranaguá (PR), o preço se manteve em R$ 142,00
Soja em Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos mais negociados com vencimento em janeiro acumularam valorização de 2,95% na semana, sendo cotados a US$ 11,50 por bushel nesta sexta-feira (14). O fim do shutdown do governo americano reduziu a aversão ao risco no mercado financeiro e impulsionou a demanda por commodities.
A reabertura do governo também retomou a divulgação de dados importantes. Além do relatório de novembro de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará um compilado das vendas diárias realizadas por exportadores privados durante o período de paralisação, além da atualização gradual das vendas semanais.
O mercado acompanha atentamente o comportamento da China, principal compradora internacional de soja, após o acordo com Washington prevendo a aquisição de 12 milhões de toneladas de soja americana. Ainda existem incertezas sobre o cumprimento e o ritmo dessa retomada.
Ajuste da Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a projeção da produção brasileira de soja na safra 2025/26 para 177,601 milhões de toneladas, alta de 3,6% em relação ao ciclo anterior, que registrou 171,48 milhões de toneladas. O número é ligeiramente inferior à estimativa anterior, de 177,638 milhões de toneladas.
Segundo a Conab, o plantio segue dentro da média dos últimos cinco anos, mas com atraso em relação à temporada passada, principalmente em Goiás e Minas Gerais, devido à insuficiência de chuvas para avançar com a semeadura.
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Agricultura
Demanda por óleo de algodão impulsiona alta de 5,9% no preço do caroço em Mato Grosso

Divulgação
O preço do caroço de algodão em Mato Grosso apresentou alta de 5,97% entre o final de agosto e 23 de outubro de 2025, passando de R$ 894,04 para R$ 947,43 por tonelada, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O aumento é resultado do crescimento na demanda por óleo de algodão, especialmente após mudanças regulatórias no setor de biodiesel.
Colheita e entressafra influenciam o mercado
Com o início da colheita em julho de 2025 e o término do período de entressafra, os preços do caroço inicialmente sofreram pressão de baixa, refletindo a maior oferta disponível no mercado.
De acordo com o Imea, “apesar da queda esperada para o período, observou-se recuperação já na primeira semana de setembro”, evidenciando a resiliência do produto frente à demanda crescente.
Biodiesel impulsiona procura pelo óleo de algodão
A valorização também foi estimulada pela decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de elevar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel para 15%, a partir de 1º de agosto.
Essa medida aumentou a procura das indústrias pelo óleo de algodão, fortalecendo a demanda pelo caroço como matéria-prima essencial para a produção do biodiesel.
Expectativa para as próximas semanas
Segundo o Imea, a sustentação dos preços do caroço dependerá diretamente da demanda pelo óleo de algodão. O Instituto destacou que este fator “será crucial para determinar a dinâmica das cotações nas próximas semanas”, mantendo atenção sobre possíveis flutuações do mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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