Economia
Abras critica distorções na tributação e cobra justiça fiscal

Imagem: Freepik
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) alertou que há “injustiça social” na tributação diferenciada entre alimentos da cesta básica e sites de apostas esportivas, que atualmente cobram 12% de imposto. Enquanto isso, produtos como biscoitos, manteiga e iogurte sofrem alíquotas que variam entre 33% e 36%, chegando em alguns lugares a serem mais tributados que as próprias apostas.
A Abras defende que o imposto sobre apostas seja elevado até 50%, teto previsto na reforma tributária, e pede ainda isenção total do ICMS sobre itens da cesta básica, proposta em tramitação com implementação gradual até 2033.
A substituição da alta do IOF por um novo pacote de medidas fiscais tem gerado forte resistência no Congresso, especialmente por afetar instrumentos cruciais ao crédito rural, como as LCAs, hoje isentas de imposto. Para o setor agropecuário, a tributação desses títulos pode comprometer a oferta de recursos para o financiamento da produção, sobretudo em um momento de alta nos custos e de incertezas climáticas.
“Taxar fontes de financiamento que alimentam o campo é o mesmo que podar uma lavoura antes da colheita”, afirmou Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio. Segundo ele, o crédito direcionado à atividade produtiva precisa ser estimulado, e não penalizado.
Além disso, representantes do setor apontam que a ausência de cortes de gastos no pacote compromete a credibilidade da agenda econômica. A insatisfação no Congresso é crescente, e mesmo parlamentares ligados à base do governo têm demonstrado desconforto diante da falta de equilíbrio nas propostas.
“Não há como apoiar qualquer iniciativa que sobrecarregue quem produz alimento e gera renda. O agro já carrega uma carga tributária pesada e agora corre o risco de ver seus principais instrumentos de financiamento ameaçados”, reforçou Rezende. Ele também alertou para a insegurança jurídica causada por mudanças frequentes e mal negociadas, que afetam diretamente o planejamento das safras e a competitividade do setor no mercado internacional.
Para Rezende, “Estamos vendo uma inversão de prioridades. Tributa-se o capital produtivo e se facilita o capital especulativo. As apostas virtuais, com todo seu impacto social, pagam menos imposto do que o produtor que financia a própria safra. Isso não é justiça tributária. É miopia fiscal”, criticou o presidente do IA.
“O que está em jogo é o futuro da produção de alimentos no Brasil. O produtor já lida com custos altos de insumos, clima instável e exigências ambientais rigorosas. Acrescentar um peso fiscal sobre o crédito rural é empurrar o campo para o sufoco. O financiamento via LCAs tem sido vital para manter o ciclo produtivo em movimento”, acrescentou Rezende.
“O país precisa de uma política tributária que premie quem trabalha, investe e gera alimentos. O agronegócio é parte da solução econômica e social do Brasil, não pode ser tratado como problema. O que pedimos é equilíbrio. É preciso ter coragem política para enfrentar distorções que hoje penalizam quem está na base da economia: o produtor rural”, concluiu o presidente do IA.
No durante o Brasília Summit, nesta quarta-feira (11.06) a Abras voltou a defender a isenção total do ICMS para os principais alimentos da cesta básica, pedindo que os Estados antecipem essa desoneração prevista pela reforma tributária. A proposta, dizem, visa dar alívio ao bolso do consumidor e reforçar o caráter social da alimentação essencial.
Já o agronegócio vê um risco crescente: além da taxação sobre apostas, a recente proposta de aumentar o Imposto de Renda sobre LCAs desencadeou críticas severas. A preocupação é que isso reduza os recursos disponíveis para financiar a safra — algo vital para a produção agrícola do país.
Para entidades do campo, é necessário repensar a forma como tributos são aplicados: estimular o acesso ao crédito mediante incentivos, não por impedimentos. Eles argumentam que a redução do custo do produtor fortalece toda a cadeia — da terra à prateleira —, com efeitos positivos para preços e oferta de alimentos.
A pauta está em debate no Congresso e pode ganhar prioridade nos próximos meses, em propostas de lei ou medida provisória. A mobilização do setor ruralista é grande: está em curso uma estratégia para evitar que a tributação extra sobre investimentos do agro se transforme em aumento de custos e perda de competitividade.
(Com Pensar Agro)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Pesquisadores estudam a eficácia de planta amazônica com potencial para novos anticoagulantes

Pequeno arbusto de apenas 30 cm de altura, com grandes folhas ovaladas de cor verde escuro brilhantes e opostas – Foto por: Arquivo/Pesquisadora
Pesquisadores buscam nas propriedades farmacológicas da Psychotria ipecacuanha, conhecida popularmente como poaia, ipeca ou ipecacuanha, novas possibilidades terapêuticas para o tratamento de doenças cardiovasculares. O estudo avaliou a atividade anticoagulante e antiplaquetária in vitro do extrato de P.ipecacianha, tradicionalmente utilizada na medicina popular por suas propriedades eméticas e antiparasitárias.
O equilíbrio da coagulação sanguínea, conhecido como hemostasia, é essencial para a manutenção da circulação e prevenção de hemorragias. Alterações nesse sistema podem resultar em tromboses e outras doenças cardiovasculares, que estão entre as principais causas de mortalidade no mundo. Embora existam medicamentos eficazes para controlar essas condições, o alto custo e os efeitos colaterais ainda limitam o uso prolongado em muitas populações.
Nesse contexto, o projeto coordenado pela professora doutora Celice Alexandre Silva, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em colaboração com os professores doutores Douglas Siqueira Chaves e Flavia Fratani, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), investigou o potencial da poaia (Psychotria ipecacuanha) como fonte de compostos naturais com ação anticoagulante, em busca de alternativas mais acessíveis e de origem vegetal.
Widson Ovando | Fapemat
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Cotações Agropecuárias: Vendedor firme e safra perto do fim sustentam preços do etanol

FOTO: Mairinco de Pauda
Levantamentos do Cepea mostram que os preços dos etanóis no mercado paulista encerraram a semana passada em alta. Segundo o Centro de Pesquisas, a sustentação veio sobretudo da postura firme de vendedores.
Além disso, a proximidade do encerramento da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul reforça o suporte às cotações.
Do lado comprador, muitos continuaram afastados das aquisições, preferindo acompanhar os movimentos do mercado, após a redução do preço da gasolina A por parte da Petrobras, anunciada no último dia 20.
Entre 20 e 24 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7527/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 0,59% em relação ao período anterior.
Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ subiu 1,07%, a R$ 3,1411/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins). Pesquisadores ressaltam que, apesar da desvalorização do petróleo, o etanol ainda deve seguir competitivo em SP.
Os preços médios do açúcar cristal no mercado spot do estado de São Paulo seguiram em queda ao longo da última semana, apontam levantamentos do Cepea.
No dia 22 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ (cor Icumsa 130 a 180) fechou a R$ 112,02/saca de 50 kg, o menor patamar nominal das últimas quatro safras (mais precisamente, desde o encerramento de abril de 2021).
Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem da maior flexibilidade das usinas em reduzir os valores de suas ofertas, especialmente quando a negociação envolve o tipo cristal Icumsa 180. Pesquisadores ressaltam que projeções indicando excedente global têm resultado em queda nas cotações internacionais do açúcar demerara.
(Com Cepea)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
SSP em Queda Livre no Brasil: Produtores Antecipam Compras para 2026/27

Divulgação
O mercado de fertilizantes está passando por uma forte correção, com o superfosfato simples (SSP) em uma verdadeira “queda livre” nos últimos três meses e meio, registrando uma queda expressiva nos preços no Brasil. Essa movimentação tem incentivado os produtores a anteciparem suas compras para a safra 2026/27, aproveitando condições mais vantajosas em comparação ao ano anterior.
Embora a relação de troca não seja a melhor da história, o cenário atual é considerado mais confortável. A queda no preço do SSP abriu espaço para negociações estratégicas, com produtores buscando garantir seus volumes antes de uma possível retomada das cotações. O analista Jeferson Souza destaca, contudo, que o comportamento futuro do preço ainda é incerto e está sendo acompanhado de perto pelo mercado.
Souza explica que há uma preocupação adicional relacionada ao enxofre, cuja recente alta significativa gerou confusão entre agentes do setor. Segundo ele, muitas análises têm superestimado o impacto do insumo sobre os custos de produção dos fosfatados, criando falsas premissas.
Por isso, reforça a importância de separar a influência real do enxofre dos fatores pontuais que têm pressionado os preços no curto prazo. A combinação de preços baixos do SSP e incertezas sobre o comportamento do enxofre deve manter o mercado em alerta.
Para Souza, o momento é oportuno para planejamento, mas exige cautela e atenção constante às variações diárias que moldam o custo final dos fertilizantes.
Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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