Agronegócio
Aplicações do CAR são discutidas pela Embrapa Territorial em seminário da FPA
Assessoria
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) realizou, no dia 5 de junho, um seminário na Câmara dos Deputados (Brasília, DF) para discutir a implementação do Código Florestal através do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O evento reuniu produtores e entidades do agro, representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Embrapa. Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, foi um dos painelistas convidados. O diretor-executivo de Governança e Gestão (DE-GG), Alderi Emidio de Araujo, também participou do evento.
Spadotti participou do painel que promoveu a discussão acerca da gestão dos dados do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), que foi coordenado pelo deputado Sérgio Souza (MDB – PR), proponente do seminário, e reuniu ainda Carlos Eduardo Sturm, coordenador-geral de Dados e Informações do CAR; Francisco Gaetani; secretário-extraordinário para a Transformação do Estado no MGI; José Mário Schreiner, vice-presidente da CNA; e Marcus Vinicius da Silva Alves, diretor-geral substituto do SFB.
Spadotti comentou as novas oportunidades de compreensões territoriais descortinadas com o advento do CAR e apresentou a experiência da Embrapa Territorial na geração de informações estratégicas pelo cruzamento das bases territoriais do CAR com outros planos de informação.
Ele ressaltou que desde 2016, o CAR é percebido como um instrumento com potencial para melhorar e fortalecer a imagem da produção sustentável brasileira ante à população local e aos compradores internacionais, mostrando a responsabilidade do produtor de equilibrar produção e conservação ambiental. “O processamento das bases territoriais do CAR permite, há oito anos, quantificar e espacializar as áreas dedicadas à vegetação nativa da porteira para dentro. Isso tornou possível revelar a real contribuição dos produtores rurais brasileiros na preservação ambiental”, explicou.
As possibilidades de novas informações sobre um território pelo cruzamento dos dados do CAR com outros planos de informações geoespaciais foram destacadas por Spadotti, mencionando a melhoria da compreensão do mundo rural brasileiro pela integração com os dados georreferenciados do Censo Agropecuário (2017). “Precisamos, sempre, ressaltar a contribuição do Código Florestal e a importância de termos dados públicos e oficiais consistentes”, enfatizou o chefe da Embrapa Territorial.
Apoio a políticas e pesquisas
O CAR também pode apoiar outras políticas públicas das quais ele não foi objeto pela sua criação. Nesse tocante, Spadotti mencionou a parceria da Embrapa Territorial com o governo estadual de São Paulo na implementação de um programa de conectividade no campo, pela identificação de áreas estratégicas para a implantação de antenas de transmissão de sinal de internet. O gestor comentou ainda que o CAR foi utilizado pela equipe da Embrapa Territorial para dimensionar o impacto das recentes enchentes e deslizamentos sobre o mundo rural no Rio Grande do Sul e para apoiar os trabalhos de localização de produtores rurais vítimas dos efeitos das chuvas, em parcerias com o governo do Estado e o Senar/RS, respectivamente.
Spadotti também apresentou trabalhos para estimar o estoque de carbono em áreas produtivas e áreas dedicadas à preservação dentro dos imóveis rurais e para verificar a integração entre a biodiversidade faunística entre esses ambientes como exemplos mais recentes das oportunidades de aplicações de dados do CAR em pesquisas científicas.
“Há uma série de possibilidades para trabalhar cruzando [essa base] com outros planos de informação. Isso permite formular políticas públicas que melhorem a vida do povo, e do agro braisleiro. O CAR é um importante instrumento para a gestão dessas propriedades rurais”, concluiu.
Estado
O segundo painel foi coordenado pelo deputado Arnaldo Jardim, e contou com os secretários de meio ambiente dos estados. O painel abordou os desafios de recursos humanos e tecnológicos enfrentados pelos estados para analisar as inscrições recebidas e mostrou os bons exemplos de implementações. Como encaminhamento, o parlamentar propôs, em duas semanas, reunir novamente os atores visando convergência entre as ações do governo federal, coordenadas pelo MGI, e as secretarias estaduais responsáveis pela análise e validação dos cadastros.
Participaram do seminário: o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR); a ex-ministra da Agricultura, senadora Tereza Cristina (PP-MS); o vice-presidente da FPA no Senado, senador Zequinha Marinho; o senador Jaime Bagatolli (PL-RO) – Vice-presidente da Comissão de Agricultura no Senado; o deputado Rafael Prudente (MDB-DF) – Presidente da Comissão de Meio Ambiente na Câmara; o deputado Evair de Melo (PP-ES) – Presidente da Comissão de Agricultura na Câmara; e o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) – Vice-presidente da FPA na Câmara.
Entenda o contexto
O Cadastro Ambiental Rural é um registro eletrônico obrigatório dos imóveis rurais, instituído pelo Código Florestal (Lei 12.651/2012) com a finalidade de integrar as informações ambientais das áreas dentro da porteira.
As inscrições recebidas são, posteriormente, analisadas pelo órgão estadual competente, que atesta a sua conformidade às legislações ambientais nos âmbitos federal e estaduais em vigência. As entidades representativas dos produtores apontaram demora dos estados na análise da situação dos imóveis rurais, o que compromete o processo de regularização ambiental dos imóveis.
As atualizações na plataforma foram suspensas temporariamente durante o período de migração do Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) do Serviço Florestal Brasileiro para a infraestrutura do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), concluída em fevereiro deste ano. “A partir desse trabalho de migração, avançaremos de maneira consistente”, declarou Carlos Eduardo Sturm, coordenador-geral de Dados e Informações do CAR. A Embrapa Territorial prestou apoio técnico nesse processo de migração.
Sturm ressalta que as dificuldades na migração existem, mas que o sistema está sendo aperfeiçoado para melhorar a interface com os usuários, sejam os produtores, as secretarias estaduais ou agentes públicos que utilizam os bancos de dados como suporte à decisão, como bancos, traders entre outros.
Alan Rodrigues (MTb 2625/CE)
Embrapa Territorial
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Indea capacita técnicos para impedir entrada em MT de fungo que afeta plantações de mandioca
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules – Foto por: Divulgação/Embrapa
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) preparou o quadro técnico de servidores que atuam na defesa sanitária vegetal da autarquia para evitar a entrada do fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), conhecido popularmente como vassoura-de-bruxa da mandioca.
Esta doença fitossanitária foi detectada em agosto deste ano pela primeira vez no Brasil, e está atualmente presente no território do Amapá. Lá tem causado prejuízos, principalmente para a comunidade indígena e integrantes da agricultura familiar, nas plantações de mandioca, ao deixar os ramos das plantas secos e deformados.
Em Mato Grosso, o Indea, para proteger o território desse fungo e outras pragas que aqui ainda não adentraram, realizou nos meses de outubro e novembro reuniões regionalizadas com a participação de fiscais e agentes fiscais. Nesses encontros foram demonstradas as características do fungo que atinge a planta da mandioca, além de outras que também requerem igual atenção nos trabalhos de vigilância. As reuniões, que envolveram todo o quadro integrante da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV), passaram pelas cidades de Cuiabá, Água Boa, Lucas do Rio Verde e Alta Floresta.
“Nesses encontros foram apresentadas as características da doença para que durante as atividades de inspeção, realizadas nas fiscalizações volantes e de campo, sejam identificadas de pronto e adotadas medidas para a contenção da proliferação do fungo”, explica o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.
Além disso, ele acrescenta que a Instituição vai avançar no cadastramento de todas as propriedades produtoras e reforçar as fiscalizações do trânsito de mudas (ramas) e tubérculos nas regiões de divisa do Estado.
Para evitar a entrada vassoura-de-bruxa da mandioca, a população pode colaborar, da seguinte forma:
– não trazer mandioca ou mudas (ramas) oriundas do Estado do Amapá para Mato Grosso; comunicar ao Indea caso encontre sintomas suspeitos da doença, como amarelecimento das folhas, superbrotamento, enegrecimento dos vasos e morte das plantas.
O Indea está presente em 139 dos 142 municípios de Mato Grosso.
Características
A planta de mandioca atingida pelo fungo apresenta ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. A infestação pode ocorrer por meio de material vegetal infectado, ferramentas de poda, além de possível movimentação de solo e água.
Produção
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso conta com 15 mil estabelecimentos comerciais plantando mandioca, produziu em 2023 mais de 265 mil toneladas e tem a cidade de Paranatinga como o maior produtor.
Luciana Cury | Indea
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção agropecuária brasileira deve alcançar R$ 1,31 trilhão diz o Mapa
Imagem Ilustrativa
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira para a safra 2024/2025 foi estimado em R$ 1,31 trilhão, representando um crescimento de 7,6% em relação ao ciclo anterior. Divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a projeção aponta que as lavouras contribuirão com R$ 874,80 bilhões (67,7% do total), enquanto a pecuária será responsável por R$ 435,05 bilhões (32,6%).
O desempenho positivo reflete avanços em diversas culturas e atividades pecuárias. Na agricultura, o destaque ficou para a soja e o arroz, cuja alta na produção foi determinante para o aumento do VBP. Já para a laranja e o café, o principal fator foi a valorização dos preços. No setor pecuário, a recuperação dos preços teve o maior impacto nos resultados, indicando uma melhora significativa na rentabilidade dos rebanhos.
Os dados, baseados em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e preços coletados de fontes oficiais, também mostram avanços em relação à safra 2023/2024, que teve crescimento de 6,7% nas lavouras e 9,5% na pecuária. O estudo abrange 19 culturas agrícolas e cinco atividades pecuárias, oferecendo um panorama detalhado da economia rural brasileira.
O VBP, divulgado mensalmente, é um indicador essencial para avaliar o desempenho do setor agropecuário e projetar tendências econômicas no campo. Com esses números, o Brasil reforça seu papel de liderança na produção global de alimentos, destacando-se não apenas pela quantidade, mas também pela diversificação e eficiência produtiva.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Pedido de desculpas: declaração de Bompard colocaram em risco as operações do Carrefour no Brasil
Assesoria
Com faturamento de R$ 95 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil é o segundo maior mercado do Carrefour no mundo, atrás apenas da França. Esse é o tamanho do problema gerado pelas declarações do CEO global do grupo, Alexandre Bompard, que orientava a suspensão da compra de carne do Mercosul.
A declaração de Bompard foi publicada no dia 20 e a reação foi imediata: grandes frigoríficos como JBS e Marfrig interromperam o fornecimento de carne à rede varejista no Brasil. Nas últimas horas, cerca de 40 empresas declararam oficialmente a suspensão de negociações com o grupo. Políticos brasileiros também entraram na discussão, com deputados expressando apoio a ações contra as lojas Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.
“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, afirmou o Carrefour Brasil em comunicado.
A empresa citou que está em busca de “soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”.
Diante da escalada do problema, a empresa trabalha na elaboração de uma carta de retratação. A expectativa é que o próprio Bompard assine o documento, no qual deve reconhecer os equívocos da declaração e reafirmar a parceria histórica com o setor de carnes brasileiro. Fontes indicam que o texto será previamente submetido ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para evitar novos desgastes.
A embaixada francesa no Brasil participa das negociações para entregar oficialmente a retratação, seja por meio do embaixador Emmanuel Lenain ou do presidente do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o governo brasileiro só aceitará um pedido de desculpas se for considerado suficientemente claro e enfático.
Enquanto isso, os impactos começam a ser sentidos nas gôndolas dos supermercados da rede, com relatos de desabastecimento de carne. Além disso, o risco de perda de competitividade cresce: especialistas apontam que o Atacadão, maior bandeira do grupo no Brasil, pode perder a liderança para o Assaí caso a crise não seja resolvida rapidamente.
Com o Brasil representando uma fatia tão significativa dos negócios do Carrefour global, a resposta a essa crise se tornou prioridade para a empresa. A resolução do impasse pode determinar não apenas a continuidade da parceria com o agronegócio brasileiro, mas também a reputação e a posição da marca no mercado nacional.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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