Agricultura
Açúcar: Como o La Niña pode afetar a produção no Centro-Sul e no mercado global

Reprodução
Apesar da recuperação dos preços do açúcar nos últimos dias, após a divulgação dos números da Unica, as expectativas ainda são de um ligeiro superávit na safra 24/25, especialmente com as melhores perspectivas no Hemisfério Norte e a continuação da alta produção no Brasil (embora menor do que a 23/24). Os padrões climáticos atuais também apontam para um ano mais estável.
Após duas semanas de queda nos preços do açúcar devido a uma perspectiva mais positiva no Hemisfério Norte, os contratos de açúcar bruto e branco estão em alta desde a última quinta-feira (25), aproximando-se de 19 c/lb para o açúcar bruto.
De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, os preços foram impulsionados por números da safra brasileira abaixo do esperado, após a divulgação dos números da Unica no dia 25.
“No entanto, o cenário no médio prazo continua sendo mais baixista. No Brasil, o Centro-Sul ainda deve alcançar uma boa produção de açúcar em 24/25, e países como a Índia e a Tailândia podem ter um clima favorável este ano, o que deve permitir uma produção maior”, observa.
“Assim, por mais interessante que seja discutir os movimentos de preços, este relatório tem como objetivo recapitular os possíveis efeitos do La Niña, que podem não ser tão intensos para o mercado de açúcar”, diz.
Dados divulgados recentemente pelo NOAA apontam para um aumento da probabilidade de um La Niña ativo a partir de agosto (70%), mas com maior probabilidade entre novembro e fevereiro (78%).
“Esse momento coloca a primavera e o verão da região Centro-Sul (CS) do Brasil no centro das atenções, pois coincide com a janela de desenvolvimento da cana. Além disso, o inverno e a moagem do Hemisfério Norte também estariam em seu pico, portanto, também vale a pena monitorar”, pondera.
“No entanto, analisando a correlação entre os padrões de precipitação e as ocorrências do ENSO, parece improvável que o La Niña afete significativamente a região Centro-Sul do Brasil. Seria necessário um evento climático particularmente forte para causar condições mais secas nessa área. O mesmo não pode ser dito sobre a temperatura. Como sua correlação é mais forte, poderíamos esperar um verão mais frio”, explica a analista.
Uma temperatura ligeiramente mais baixa não representa uma ameaça significativa ao desenvolvimento da cana, ao contrário do que aconteceria com outro verão seco.
“Como a intensidade do evento foi revisada para baixo, combinada com a baixa correlação, podemos continuar bastante otimistas em relação à temporada 2025/26 do Brasil, pelo menos por enquanto”, acredita.
E prossegue: “Com relação a outros fornecedores importantes, como Índia e Tailândia, eles também mostram uma baixa correlação entre a precipitação e o evento”.
o La Niña fosse extremamente forte, poderia levar a condições mais úmidas no Sudeste Asiático e na Oceania, afetando potencialmente o ritmo de moagem da Tailândia. No entanto, a intensidade mais baixa recentemente revisada sugere o contrário.
Portanto, diferentemente dos anos anteriores, podemos estar entrando em uma zona mais neutra. Essa tendência poderia, ceteris paribus, permitir que o lado da oferta se recuperasse dos impactos climáticos adversos das safras anteriores.
“Por exemplo, espera-se a formação de estoques na Índia e, conforme discutimos em nossos relatórios anteriores, o país poderá retornar ao mercado de exportação em 2024/25”, diz.
O aumento da disponibilidade pode levar a preços mais brandos, tornando a demanda o principal fator de alta no futuro e o mais difícil de prever.
“Considerando que a demanda de açúcar tende a ser resiliente, especialmente nos países em desenvolvimento, espera-se que o crescimento global permaneça em torno de sua média de 1%. Um ponto para destacar é que, embora um ano de superávit esteja previsto para 2024/25 (outubro-setembro), ele pode ser modesto, com menos de 1 Mt”, aponta.
Em termos de fluxos comerciais, o monitoramento do comportamento de compra da China é crucial. Espera-se que o país tenha uma moagem melhor em 2024/25, com a Associação de Açúcar da China estimando 11 Mt de disponibilidade doméstica. Isso reduziria as necessidades de importação do país em pelo menos 500kt, contribuindo para uma perspectiva de mercado mais baixista.
Em resumo, espera-se que o La Niña se torne ativo entre agosto e fevereiro, o que coincide com a janela de desenvolvimento da cana do Centro-Sul do Brasil e com o período de moagem do Hemisfério Norte. No entanto, a correlação entre as ocorrências de ENSO e a precipitação sugere que o La Niña provavelmente não afetará significativamente a região Centro-Sul do Brasil, embora temperaturas mais baixas possam ser esperadas.
Os principais fornecedores, como a Índia e a Tailândia, também apresentam uma baixa correlação com o La Niña, e a intensidade mais baixa revisada do evento sustenta uma perspectiva mais neutra, permitindo potencialmente a recuperação da oferta. O aumento da disponibilidade pode levar a preços mais brandos, tornando a demanda o fator de alta mais significativo.
Espera-se que a demanda global de açúcar cresça em torno de 1%, e um modesto excedente está previsto para 2024/25. O monitoramento do comportamento de compra da China é crucial, pois o aumento da disponibilidade doméstica poderia reduzir as importações e contribuir para uma perspectiva de baixa do mercado.
Fonte: Hedgepoint Global Markets
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Governo federal anuncia mais R$ 3,3 bi para reconstrução do RS

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (26) a liberação de mais R$ 3,3 bilhões para a realização de obras de reconstrução do Rio Grande do Sul, afetado por enchentes ocorridas em maio de 2024.
Desse montante, R$ 726 milhões serão destinados para a construção de 3949 novas moradias, em 62 municípios gaúchos, com menos de 50 mil habitantes. Na ocasião, também foi realizada a entrega simbólica de 8 mil moradias, adquiridas por meio do Programa Compra Assistida, no âmbito do Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução.
A modalidade permite que as famílias gaúchas habilitadas sejam atendidas por meio da compra de imóveis novos ou usados, com financiamento do governo federal.
Durante a cerimônia com o anúncio dos investimentos, no Palácio do Planalto, a prefeita do município de Estrela, no Vale do Taquari, Carine Schwingel, disse que aguardava com grande expectativa a entrega das moradias.
“Não tem como ter o desenvolvimento de uma família se ela não tiver uma base sólida, uma casa construída. É isso o que vemos aqui”, afirmou.
A prefeita disse ainda ser importante o apoio do governo federal para a realização de obras para as pequenas cidades, cujo orçamento é pequeno para a realização de grandes obras.
“A enchente ensinou que a gente precisa ter investimentos na área ambiental para que a gente possa transformar nossos centros urbanos em espaços com soluções baseadas na natureza como base, como pilar e não como luxo”, disse.
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“A força do governo federal é transformadora nos municípios e a esperança que temos é de vocês continuarem apoiando a gente”, agradeceu.
Com cerca de 35 mil habitantes, Estrela teve três bairros destruídos pelas enchentes e 1,5 mil famílias tiveram suas casas destruídas. A dona de casa Elga Gomes de Lima foi uma delas. Depois de perder a moradia, Elga teve que morar com sua família na casa do sogro. Ela agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela iniciativa.
“A nossa história revela a dura realidade enfrentada por muitas famílias, mas também tem mostrado o seu compromisso [de Lula] com as pessoas do Rio Grande do Sul, nos dando a possibilidade de termos novamente o nosso próprio lar”, disse.
Novas unidades a serem entregues
O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que o Compra Assistido foi voltado para as famílias com necessidades mais emergenciais e que as famílias atendidas pelas estratégias de médio prazo, serão beneficiadas com as 3949 novas unidades contratadas que serão entregues a partir de 2026.
“Não tivemos compra assistida em todas os municípios porque tem cidades no Rio Grande do Sul em que não existem imóveis prontos e acabados que podem ser comprados. Então tivemos a necessidade de construí-los”, apontou.
Obras de prevenção
O governo anunciou que mais R$ 571 milhões foram destinados para as cidades de Porto Alegre e São Leopoldo para obras de infraestrutura de adaptação e prevenção de eventos climáticos extremos.
Para Porto Alegre foram destinados R$ 502 milhões que serão usados para a construção de galerias e canais. Já em São Leopoldo são R$ 69,3 milhões para a aquisição de casas de bombas e contrução de redes de galeria no município.
Serão investidos ainda R$ 197,6 milhões para obras de drenagem no estado e outros R$ 13,4 para a realização de obras de contenção de encostas.
O ministro da Integração e Desenvolvimento Nacional, Waldez Góes, disse que a realização das obras mostra que o governo entende a necessidade de levar investimentos para que as cidades enfrentem eventos climáticos extremos.
“A memória da tragédia ainda é viva, mas é maior a coragem do povo gaúcho que vivenciei, durante o ano de 2024, junto com os colegas do governo federal”, disse. “Estes novos investimentos são a renovação do nosso pacto. É a certeza que a solidariedade do primeiro dia se transformou numa ação permanente para um futuro seguro”, conclui Góes.
Segundo o ministro, o governo também está investindo mais de R$ 40 milhões para realizar o mapeamento topográfico e aerofotogramétrico de 186 municípios na região do Rio Guaíba e da Lagoa dos Patos, “para ter informações suficientes para prevenir e mitigar efeitos de novas cheias que possam vir”, disse.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa disse que até o momento, dos R$ 111 bilhões anunciados pelo governo federal para socorrer o estado, já foram aplicados R$ 90 bilhões. O ministro destacou a agilidade do governo no socorro ao estado, após as enchentes. Segundo o ministro, a ação do governo federal virou uma referência para o país de como o governo federal acolhe e trata os desastres ocorridos o território nacional.
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Agricultura
Brasil estava preparado para enfrentar turbulências comerciais do tarifaço, diz Fávaro
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avalia que o Brasil estava preparado para as turbulências comerciais decorrentes da escalada tarifária dos Estados Unidos. Segundo ele, o restabelecimento das boas relações diplomáticas garantiu com que o país abrisse novos mercados e “superasse esse momento”.
“Não podemos ficar de costas a um grande parceiro comercial como os Estados Unidos, mas estávamos preparados. Abrimos muitos mercados, ampliamos os mercados que já eram abertos e isso nos deu uma condição melhor, inclusive, de negociar”, disse Fávaro a jornalistas nos bastidores do Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas.
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“Estávamos bem posicionados, queremos fortalecer as relações comerciais com os Estados Unidos, mas não estávamos totalmente vulneráveis”, afirmou o ministro.
Para o ministro, o governo brasileiro conduziu a negociação tarifária com os Estados Unidos com “sabedoria”, a qual classificou como “feito histórico”.
“O Congresso aprovou a lei da reciprocidade, colocou mais uma arma na caneta do presidente da República, mas ele não precisou usar. Com sabedoria, ele não usou, mas tinha a arma na mão”, observou Fávaro.
De acordo com o ministro, o desafio do agronegócio brasileiro é continuar crescendo, encontrar mercados para os produtos agropecuários em momento de preços baixos de commodities e endividamento elevado no campo.
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Agricultura
Comissão aprova Projeto de Lei para isentar produtor de imposto de renda

Na esteira do Projeto de Lei 1.087/2025, que estabelece descontos para quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, sancionada nesta quarta-feira (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Comissão de Agricultura (CAPADR) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (26), o parecer favorável ao Projeto de Lei 1.196/2025.
O texto da bancada amplia de forma significativa a faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas produtoras rurais. A ideia é que produtores que obtenham resultado anual de até R$ 508.320,00 fiquem livres da tributação.
A Comissão avalia que a medida é considerada estratégica para aliviar custos, estimular investimentos e fortalecer a atividade no campo.
O projeto, de autoria do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), altera a Lei nº 7.713/1988 e estabelece que o valor da isenção seja atualizado anualmente pelo IPCA, evitando a perda do benefício com o avanço da inflação.
A iniciativa também determina que os montantes isentos não serão enquadrados nas faixas de alta renda previstas na Lei nº 9.250/1995.
Para Vieira de Melo, o objetivo é garantir melhores condições para quem produz. “O produtor rural enfrenta riscos que nenhum outro setor enfrenta: oscilações de preços, clima, pragas e custos elevados. Ampliar a isenção é uma maneira de reconhecer esse cenário e permitir que pequenos e médios produtores invistam em sua atividade e mantenham o Brasil como potência agrícola”, afirmou.
“Não é privilégio, é justiça”
O relator da matéria, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), destacou que a proposta coloca em prática um princípio fundamental da tributação: adequar o imposto à capacidade contributiva real.
“Estamos falando de um setor que carrega o Brasil nas costas. Reduzir o peso tributário não é privilégio, é justiça. Esta medida dá fôlego ao produtor, estimula a competitividade e garante que o campo continue gerando emprego, renda e alimento para o país”, defendeu.
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Nogueira também ressaltou o impacto da atualização anual pelo IPCA. “Sem atualização automática, qualquer benefício perde valor rapidamente. Com esse mecanismo, garantimos um incentivo permanente e eficiente”, acrescentou.
Outro ponto destacado pelo relator é a simplificação tributária prevista para quem se enquadrar na faixa isenta. “A desobrigação da declaração de ajuste anual para esses produtores é uma vitória importante. É menos burocracia e mais tempo para o produtor fazer o que sabe: produzir”, afirmou.
O projeto tramita em caráter conclusivo e seguirá agora para as Comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Casa.
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