SOJA
Semeadura de soja em Mato Grosso: Avanços e desafios na safra 2024/25
Semeadura de soja em Mato Grosso: Avanços e desafios na safra 2024/25 – Canal Rural
A semeadura da soja em Mato Grosso, um dos principais estados produtores do Brasil, começou de forma lenta para a safra 2024/25. Até a última sexta-feira, apenas 2,09% da área prevista foi semeada, avançando apenas 1,56 pontos percentuais em relação à semana anterior. Esse percentual, no entanto, representa uma queda de 12,16 pontos percentuais comparado ao mesmo período do ano passado e está 7,38 p.p. abaixo da média dos últimos cinco anos.
O cenário atual é preocupante para os produtores, já que a umidade do solo não atingiu os níveis ideais devido a chuvas insuficientes. Esse fator limitou o progresso das atividades no campo, levando alguns agricultores a arriscarem a semeadura “no pó”, temendo a falta de condições climáticas adequadas para garantir uma boa colheita.
Em termos regionais, a Médio-Norte de Mato Grosso se destacou com o maior percentual de áreas semeadas, alcançando 3,33%. Em contraste, a região Nordeste apresentou o menor avanço, com apenas 0,27% das áreas cultivadas. Essa disparidade reflete as diferenças nas condições climáticas e nos manejos adotados pelos produtores nas diferentes regiões do estado.
Em um cenário de alta nos preços da soja, o estado conseguiu comercializar 97,07% da produção da safra 2023/24, um aumento de 2,54 pontos percentuais em comparação ao mês anterior. O preço médio da oleaginosa fechou setembro a R$ 127,60 por saca, uma alta de 5,53% em relação ao mês anterior. Entretanto, muitos produtores optaram por aguardar preços mais elevados, desacelerando suas vendas.
Para a safra 2024/25, as negociações alcançaram 33,03% da produção estimada em setembro de 2024, com um preço médio de R$ 109,45 por saca, um aumento de 2,10% em relação ao mês anterior. Essa queda no ritmo de comercialização é um reflexo das incertezas sobre a produção, que se agrava com as condições climáticas adversas.
Com o início da semeadura e o clima incerto, o cenário para a safra 2024/25 de soja em Mato Grosso é de cautela. As expectativas dos produtores estão atreladas não apenas ao volume de chuva nas próximas semanas, mas também à recuperação dos preços no mercado internacional, que, conforme relatado, teve um leve avanço nos últimos dias.
À medida que os agricultores enfrentam essa fase de incertezas, o estado continua a ser um dos pilares da produção de soja no Brasil. O acompanhamento rigoroso das condições climáticas e do mercado será fundamental para garantir a sustentabilidade e a rentabilidade da safra. A atenção ao desenvolvimento das lavouras nos próximos dias poderá definir o sucesso da semeadura nesta temporada.
Em suma, a semeadura de soja em Mato Grosso para a safra 2024/25 apresenta um cenário misto de avanços e desafios. À medida que os produtores se preparam para o que está por vir, é essencial que permaneçam atentos às condições climáticas e às dinâmicas de mercado, que impactarão diretamente suas decisões e resultados.
VGN
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
SOJA
Falta de silos de armazenamento põe em risco a superprodução brasileira de grãos
Assessoria
A safra 2024/2025 deve alcançar um crescimento expressivo de 8% na produção de grãos, totalizando 322,5 milhões de toneladas, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, o aumento da colheita intensifica um problema estrutural no agronegócio brasileiro: o déficit de armazenagem. Especialistas alertam para o risco de um colapso logístico no período pós-colheita, especialmente se as condições climáticas favorecerem a produtividade em todo o país.
O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Abimaq, Paulo Bertolini, destaca a necessidade de investimentos robustos para acompanhar o crescimento da produção. Ele calcula que seriam necessários R$ 15 bilhões anuais apenas para manter o ritmo do aumento de 10 milhões de toneladas por ano. “Esse valor é só para acompanhar o crescimento, não para eliminar o déficit, que já ultrapassa R$ 120 bilhões”, explica.
“No ano passado, o déficit total da capacidade de armazenagem brasileira era de 83 milhões. Esse ano, salta para 118 milhões. É comum e esse ano vai ser mais grave ainda. Se vê milho sendo armazenado a céu aberto, sujeito a ataques de insetos, sujeito a ataques de roedores e, inclusive, a chuvas”, diz Paulo Bertolini. Falta de silos de armazenamento ameaça a superprodução de grãos
A capacidade de armazenagem no Brasil teve um avanço de 5,4% nos primeiros seis meses de 2024, segundo o IBGE, chegando a 222,3 milhões de toneladas. Apesar disso, o crescimento ainda é insuficiente para atender à demanda. Atualmente, cinco produtos concentram 96,1% do total estocado, com destaque para soja (43,3 milhões de toneladas) e milho (32,7 milhões de toneladas). O número de estabelecimentos de armazenagem também cresceu 3,5%, totalizando 9.424 unidades.
Para tentar minimizar o déficit, o governo federal destinou R$ 7,8 bilhões ao Programa para a Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) no Plano Safra 2024/2025, um aumento de 17,4% em relação ao ciclo anterior. Apesar de ser uma iniciativa elogiada pelo setor, os recursos ainda estão longe do ideal, segundo especialistas. Bertolini enfatiza que o crédito precisa priorizar a instalação de silos nas propriedades rurais, reduzindo a dependência de estruturas industriais.
Outro entrave apontado pelo especialista é a burocracia para a construção de armazéns. “Um trator de R$ 2 milhões exige apenas um aval para financiamento. Já para um silo, é necessário lidar com hipoteca, licença ambiental, licença prévia e licença de operação. Isso torna o processo extremamente complicado para o agricultor”, afirma.
O cenário atual exige atenção e planejamento estratégico. Sem investimentos adequados e a redução da burocracia, o agronegócio brasileiro corre o risco de enfrentar gargalos logísticos que podem comprometer a eficiência e a competitividade do setor.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Embrapa revela que cascudinho-da-soja ameaça safra brasileira
Emprapa
Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou para o crescimento de uma praga com potencial para reduzir a produtividade da soja em até 30%, o que equivale a perdas de 8 a 10 sacas por hectare, impactando diretamente o potencial econômico das lavouras. O cascudinho-da-soja (Myochrous armatus) tem preocupado produtores rurais, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, por sua capacidade de causar danos significativos nas plantações.
De acordo com dados da Embrapa, o cascudinho atua desde as primeiras fases da cultura da soja, prejudicando as plantas já na fase de germinação. Na fase larval, a praga vive no solo e destrói as raízes das plantas, enquanto na fase adulta, o ataque se intensifica, com a alimentação no caule, hastes e pecíolos. Isso pode levar ao tombamento e até à morte das plantas, resultando em uma queda considerável na produção.
Hudslon Huben, especialista em manejo agrícola, destaca que os danos são especialmente críticos em plantas jovens. “O cascudinho ataca principalmente no início do ciclo da cultura, o que é ainda mais problemático quando ocorre em períodos de estiagem. Nessas condições, as perdas podem ser ainda mais graves, deixando as plantas enfraquecidas ou até matando-as”, explica Huben.
A identificação correta do cascudinho é um desafio para os produtores, pois a praga é similar ao torrãozinho (Aracanthus mourei). O cascudinho adulto tem coloração preto-fosca, mas pode variar de marrom a acinzentado, dependendo do tipo de solo. Suas larvas, por sua vez, são amareladas e se desenvolvem no solo.
A Embrapa, que é referência em pesquisa agrícola no Brasil, alerta para a importância do monitoramento constante das lavouras e do uso de estratégias de manejo integrado. Isso inclui a combinação de monitoramento frequente, além da aplicação de produtos químicos e biológicos registrados para combater a praga.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
SOJA
Queda nas compras chinesas de soja em outubro reflete menor oferta e tendência de mercado
Soja colheita – Canva
Em outubro de 2024, a China reduziu significativamente as importações de soja do Brasil e dos Estados Unidos. Dados mostram que as exportações brasileiras para o gigante asiático somaram 3,52 milhões de toneladas , representando uma queda de 28,14% em relação ao mesmo período de 2023. Essa redução reflete a menor disponibilidade de soja no Brasil , atribuída à quebra de safra nos principais estados produtores.
Nos EUA, o cenário também foi de retração, com a China adquirindo 2,42 milhões de toneladas , uma queda de 5,37% no comparativo anual.
Apesar do retorno mensal, o acumulado do ano (janeiro de outubro de 2024) revela uma alta de 3,50% nas compras chinesas de soja brasileira em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, o consumo da oleaginosa norte-americana pela China caiu 10,38% no mesmo intervalo, refletindo mudanças nas dinâmicas de mercado e na competitividade entre os dois países.
Tendências para 2025
Para o próximo ano, os analistas esperam que a China amplie suas compras de soja brasileira, caso o governo norte-americano implemente promessas de campanha do ex-presidente Donald Trump, semelhantes às políticas protecionistas adotadas entre 2018 e 2019. Se for aprovada, essa mudança poderá favorecendo ainda mais o Brasil, consolidando sua posição como principal fornecedor de soja para o mercado chinês.
O cenário reflete não apenas questões de oferta e demanda, mas também as implicações geopolíticas e comerciais que moldam o comércio global de commodities agrícolas.
Fonte: CenarioMT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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