Agricultura
Percevejo ameaça produtividade da soja com perdas de até 50%

Foto: Divulgação
A presença do percevejo na cultura da soja tem causado prejuízos aos produtores, especialmente no estágio inicial de formação das vagens. O inseto ataca principalmente durante o estágio conhecido como “canivetinho”, impedindo o desenvolvimento dos grãos e levando ao abortamento das vagens. De acordo com especialistas, as perdas na produtividade podem variar entre 30% e 40%, atingindo até 50% em áreas destinadas à produção de sementes.
A dificuldade em identificar os ataques precocemente agrava o problema. No início do ciclo reprodutivo, as primeiras gerações do inseto, que vêm de plantas daninhas e áreas de vegetação nativa, depositam ovos que dão origem a novos surtos na lavoura. “Os danos só são percebidos tardiamente, quando a produtividade já foi comprometida”, alertam os pesquisadores. Além da redução na colheita, os ataques podem diminuir a qualidade dos grãos devido à injeção de toxinas e contaminação por fungos, prejudicando a classificação e o valor de mercado da soja.
O problema é ainda mais grave em plantações que utilizam inseticidas químicos como principal método de controle. O uso contínuo desses produtos tem contribuído para o aumento da resistência dos percevejos, exigindo mais pulverizações ao longo do ciclo e elevando os custos de produção. Em média, são realizadas de quatro a oito aplicações por safra, o que tem se mostrado ineficaz em muitos casos.
As informações foram divulgadas pela Life Biological Control, que apresentou uma solução inovadora para o controle do percevejo. A empresa desenvolveu o Defender Soy, um produto biológico à base da microvespa parasitoide Telenomus podisi. O insumo ataca diretamente os ovos do percevejo, evitando que novas gerações se desenvolvam. Além de reduzir as perdas na produtividade em até 30%, o método biológico diminui a necessidade de aplicações químicas, contribuindo para o manejo sustentável da lavoura.
A eficácia do Defender Soy já é comprovada com taxas de controle superiores a 95%, segundo a empresa. A microvespa é capaz de eliminar os ovos antes que eclodam, protegendo não só a cultura da soja, mas também o milho safrinha, outro alvo recorrente do percevejo-barriga-verde. O produto está disponível em regiões específicas do Brasil, com distribuição estratégica para garantir a eficiência do controle biológico.
AGROLINK – Aline Merladete
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Cultivo de batata-doce e grão-de-bico no espaço?

Foto: Blue Origin – Divulgação
O voo suborbital da Blue Origin, realizado em 14 de abril, contou com uma tripulação exclusivamente feminina e levou plantas de batata-doce das cultivares Beauregard e Covington, além de sementes do grão-de-bico BRS Aleppo, desenvolvido pela Embrapa.
Essas espécies são estudadas pela Rede Space Farming Brazil, uma parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB), para investigar a produção de alimentos em ambientes espaciais.
A inclusão de material brasileiro foi viabilizada pelo professor Rafael Loureiro, da Winston-Salem State University. Os experimentos serão conduzidos pela astronauta Aisha Bowe, ex-cientista da Nasa, em colaboração com a Odyssey. As espécies foram escolhidas por sua adaptabilidade, resiliência e benefícios nutricionais.
A batata-doce se destaca como fonte de carboidratos e antioxidantes, enquanto o grão-de-bico é reconhecido pelo alto teor de proteínas e capacidade de adaptação.
Os pesquisadores esperam desenvolver plantas mais produtivas e adaptáveis às condições do espaço, utilizando técnicas como radiação gama para gerar variabilidade genética. Esses estudos também devem acelerar o melhoramento genético para agricultura na Terra, especialmente diante das mudanças climáticas.
A Rede Space Farming Brazil, formada por 56 pesquisadores de 22 instituições, busca soluções inovadoras para produção de alimentos em condições extremas.
O experimento com as sementes e mudas expostas à microgravidade durante o voo da Blue Origin visa contribuir tanto para a agricultura espacial quanto para avanços tecnológicos aplicáveis na agricultura terrestre. Além disso, espera-se que os chamados “spin-offs” gerem tecnologias modernas, como cultivares tolerantes à seca e sistemas de irrigação inteligente.
(Com Embrapa)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Safra de cana recua no Centro-Sul

Imagem: Feagro
Mesmo enfrentando uma queda acentuada na produtividade agrícola e na moagem de cana-de-açúcar, o setor sucroenergético do Centro-Sul do Brasil atingiu um marco histórico na safra 2024/2025: a maior produção de etanol já registrada, totalizando 34,9 bilhões de litros.
Esse resultado foi impulsionado por decisões estratégicas, como a maior destinação da cana para a produção de biocombustíveis e o crescimento significativo do etanol de milho, que alcançou o volume recorde de 8,19 bilhões de litros, representando quase um quarto de toda a produção de etanol na região.
A safra foi marcada por adversidades climáticas e operacionais, como a seca prolongada e os incêndios que afetaram as lavouras, especialmente em São Paulo, principal estado produtor da região, onde a produtividade agrícola caiu 14,3%. Além disso, o rendimento médio das lavouras recuou 10,7%, chegando a 77,8 toneladas por hectare.
Apesar desses desafios, as usinas demonstraram capacidade de adaptação ao ajustar o mix de produção e direcionar 51,95% da matéria-prima para a fabricação de etanol. Esse foco resultou em um crescimento de 10,2% na produção de etanol hidratado, que atingiu 22,5 bilhões de litros, enquanto o etanol anidro teve redução de 5,6%, totalizando 12,3 bilhões de litros.
Outro fator positivo foi a qualidade da cana colhida, com o índice de ATR, que mede o açúcar recuperável por tonelada, registrando alta de 1,33% e atingindo 141,07 kg por tonelada. Isso demonstra que, mesmo diante das adversidades, as usinas conseguiram otimizar o rendimento da matéria-prima processada.
O avanço do etanol de milho foi um destaque da safra, com aumento de mais de 30% em relação ao ciclo anterior, consolidando sua importância na matriz de biocombustíveis brasileira. A produção crescente desse biocombustível reflete a expansão da cadeia do milho no Brasil central, evidenciando o potencial desse cereal como alternativa estratégica para o setor.
A capacidade de adaptação e inovação das usinas foi crucial para que o setor sucroenergético superasse as dificuldades e reforçasse sua posição como um pilar estratégico da agroenergia no Brasil. Apesar da redução na produção de açúcar, que totalizou 40,1 milhões de toneladas, o desempenho do etanol reafirma a relevância do setor para atender às demandas energéticas e ambientais do país.
(Com Feagro)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Estado tem a maior produtividade do milho da sua história

Safra de milho 2024/25 tem produtividade recorde e impulsiona maior cotação dos últimos dois anos.(Foto: Aires Mariga / Epagri)
A safra de milho verão 2024/25 em Santa Catarina está se consolidando como uma das mais produtivas da história. Mesmo com uma redução superior a 13% na área plantada, o estado registrou aumento de mais de 23% na produção em relação à safra anterior. O destaque é a produtividade, que teve um salto expressivo de mais de 40%, alcançando 9.717 kg por hectare — a maior já registrada no Estado. Os dados constam no Boletim Agropecuário do mês de abril, que está disponível no site do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro.
Segundo Haroldo Tavares Elias, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, os bons resultados são fruto da intensificação do uso de tecnologias no campo, do manejo qualificado e da menor incidência da cigarrinha-do-milho durante o ciclo da cultura. “O clima também foi determinante, principalmente a boa distribuição das chuvas e as temperaturas mais amenas à noite, que favorecem a fisiologia da planta”, explica.
Preço do milho sobe 2,74% e atinge R$ 71,15 por saca em SC
No mercado, os preços do milho registraram forte alta no primeiro trimestre de 2025. Em março, a cotação média estadual subiu 2,74% em relação a fevereiro, atingindo R$ 71,15 por saca — o maior valor dos últimos dois anos. Entretanto, no início de abril, os preços começaram a recuar, com a melhoria das condições climáticas favorecendo o desenvolvimento da segunda safra no país.
Ainda assim, a combinação de bons preços e alta produtividade pode incentivar os produtores a retomarem parte da área de milho perdida nos últimos anos, quando a cultura vinha perdendo espaço principalmente para a soja. “Se os preços se mantiverem em patamares atrativos, há possibilidade de reversão dessa tendência de queda na área cultivada com milho”, avalia Haroldo.
Com esse resultado, Santa Catarina e Paraná se destacam nacionalmente com produtividades próximas a 10 toneladas por hectare, equiparando-se aos níveis dos Estados Unidos, referência mundial na cultura. O cenário continua sendo influenciado por estoques internos baixos, incertezas sobre a segunda safra e instabilidades no mercado internacional, fatores que devem manter a volatilidade nos preços ao longo dos próximos meses.
(Com Epagri)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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