Agricultura
Combate à podridão da uva madura reúne produtores em SP

Foto: Divulgação
Mais de 70 produtores rurais e técnicos agrícolas participaram de dois eventos sobre o combate à podridão da uva madura, uma doença que dizimou lavouras inteiras na região do Circuito das Frutas Paulista. O seminário, realizado em Jundiaí, e um dia de campo, em Elias Fausto, foram promovidos pela Embrapa, Prefeitura e Associação Agrícola de Jundiaí e Sindicato Rural de Indaiatuba, nos dias 16 e 18 de setembro. As ações integram o Plano Emergencial de Controle da doença no Circuito das Frutas Paulista.
O plano foi uma iniciativa que reuniu a Embrapa Territorial (SP) e a Embrapa Uva e Vinho (SP), órgãos estaduais de pesquisa e prefeituras para estabelecer um conjunto de medidas eficientes de controle da doença, causada pelo fungo Glomerella cingulata. A podridão da uva madura dizimou lavouras em Jundiaí, Louveira, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Indaiatuba e Elias Fausto (SP).
Na última safra, 13 propriedades rurais da região foram selecionadas para testar protocolos com a aplicação de fungicidas e a adoção de boas práticas. As que seguiram integralmente as orientações das equipes técnicas registraram índices de recuperação da produção de até 95%. Nas demais, também houve redução da doença, mas em menor intensidade, com taxas de melhoria que chegaram a 70%.
Dia de campo
O dia de campo aconteceu no sítio da família de Atalívio Rufino, que participou do estudo e seguiu rigorosamente as recomendações técnicas. No ano passado, ele perdeu quase toda a sua produção de uva, única fonte de renda da família. Neste ano, ele não teve prejuízos com a doença. Parte dos seus parreirais tem agora cobertura plástica, uma das estratégias para evitar a podridão da uva madura. Foi sob a sombra dessa cobertura que o pesquisador Reginaldo de Souza, da Estação Experimental de Jales da Embrapa Uva e Vinho, explicou no dia de campo como a estratégia funciona e o que mudar no manejo das videiras.
Algumas ruas de parreiras para baixo, o pesquisador Lucas Garrido, também da Embrapa Uva e Vinho, enfatizou para cada grupo de agricultores que recebia: nada substitui a retirada de restos culturais do campo. Ele lembrou que, mesmo que não estejam em contato direto com as plantas, eles podem conter o fungo, que pode chegar aos frutos nas patinhas dos insetos que por ali circulam, por exemplo. Ao lado dele, a pesquisadora Rosemeire Naves, do mesmo centro de pesquisa, apresentou os números obtidos pelos produtores que seguiram as recomendações, durante os estudos. “É possível controlar, se fizer tudo certinho”, frisou.
Seminário Os mesmos temas foram apresentados pelos três pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho em palestras durante o seminário, em Jundiaí. Nesse evento, que reuniu principalmente técnicos, também foram apresentadas tecnologias para a aplicação de produtos. O tema foi abordado pelo pesquisador Hamilton Ramos, do Instituto Agronômico (IAC). Representantes da BASF e da Syngenta participaram e mostraram estratégias disponíveis para combater a doença.
A pesquisa deve continuar, apesar dos bons resultados já obtidos. Os próximos passos foram apresentados no seminário pelos analistas André Farias e Rafael Mingoti, da Embrapa Territorial. Há a intenção de desenvolver um sistema de avisos e um protocolo consolidado de manejo integrado da doença, mas as equipes estão em busca de financiamento para o trabalho. O IAC e o Instituto Biológico (IB) devem ser parceiros no trabalho.
Participando do dia de campo, a engenheira agrônoma Antonieta Fiori, da Casa da Agricultura de Elias Fausto, lembrou o surgimento da doença no município. O primeiro caso foi relatado a ela em 2016, mas foi controlado. Em 2022, o problema voltou a aparecer, desta vez em um número maior de propriedades e com dificuldade de controle. Os casos explodiram na safra do final de 2023. “Tivemos uma condição muito favorável para o fungo: alta umidade e calor. E aí não era mais só Elias Fausto, era toda a região”, lembrou. No dia de campo, ela observou que os agricultores estão em busca de conhecimento, entendendo que a aplicação de produtos não é o suficiente.
Trabalho unificado
Mingoti, da Embrapa Territorial, também avaliou que a participação de agricultores e técnicos nos dois eventos realizados mostram disposição em aprender. “A interação com os participantes mostrou que há um público interessado no trabalho da pesquisa e que busca se atualizar e aprimorar o manejo da cultura.Se as informações forem aplicadas teremos melhoras na qualidade da produção”, disse. Ele também ressaltou o trabalho conjunto das duas unidades da Embrapa, com órgão estaduais, prefeituras e associações de produtores: “Fizemos o que é esperado da Embrapa, atuamos de forma unificada para atender as demandas da sociedade”.
O protocolo de combate à Glomerela pode variar entre diferentes municípios e, às vezes, até entre propriedades. No entanto, algumas práticas em comum podem ser adotadas para alcançar melhores resultados no controle:
EMBRAPA
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Boi gordo: preços se estabilizam apesar das escalas de abate mais curtas

O mercado do boi gordo registrou nesta semana um movimento de acomodação nos preços, apesar de as escalas de abate nos frigoríficos permanecerem mais curtas.
De acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o mercado avaliou o posicionamento do Ministério da Agricultura e Pecuária, que afastou rumores sobre a presença do carrapaticida Fluazuron em carne brasileira destinada à China. “Esse boato impactou fortemente a B3 ao longo da primeira quinzena de novembro”, explica.
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Outro ponto de atenção, segundo Iglesias, é a investigação conduzida pela China sobre os efeitos das importações brasileiras na produção local. A expectativa é que o país anuncie os resultados até 26 de novembro. Até lá, o mercado deve seguir em estado de alerta.
Preços do boi gordo
O balanço da semana apontou para preços de estáveis a levemente mais altos nas principais praças de comercialização do Brasil, na modalidade a prazo, conforme levantamento de 14 de novembro:
- São Paulo (Capital): R$ 330,00 a arroba – estável
- Goiás (Goiânia): R$ 325,00 a arroba – alta de 1,56%
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 315,00 a arroba – alta de 1,61%
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 330,00 a arroba – estável
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 310,00/@ a arroba – estável
- Rondônia (Vilhena): R$ 295,00 a arroba – estável
Mercado atacadista
No atacado, Iglesias destaca que os preços apresentaram alta consistente ao longo da semana. O cenário é impulsionado pelo aumento do consumo doméstico, com a chegada do décimo terceiro salário, criação de postos temporários de trabalho e as confraternizações típicas do período.
- Quarto traseiro do boi: R$ 26,00/kg – alta de 4%
- Quarto dianteiro do boi: R$ 19,50/kg – alta de 4%
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil atingiram, até o momento em novembro (5 dias úteis), US$ 554,034 milhões, com média diária de US$ 110,806 milhões. O volume total exportado chegou a 100,536 mil toneladas, com média diária de 20,107 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.510,80.
Na comparação com novembro de 2024, houve crescimento de 89,4% no valor médio diário exportado, alta de 67,5% na quantidade média diária e avanço de 13,1% no preço médio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.
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Agricultura
EUA apostam em cortes de tarifas e impostos para aliviar custo de vida em 2026

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o governo trabalha com alívio gradual do custo de vida a partir de 2026, combinando redução de tarifas sobre alimentos importados e cortes de impostos para trabalhadores. Ele também disse que a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de enviar pagamentos de US$ 2 mil aos norte-americanos depende de aprovação do Congresso. “Vamos ver. Precisamos de legislação para isso”, afirmou ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News.
As declarações foram dadas dois dias depois de Trump anunciar cortes tarifários para carne, café, cacau e frutas.
A medida afeta exportadores brasileiros que haviam sido atingidos pelas tarifas recíprocas de 10% em abril e por uma sobretaxa adicional de 40% em agosto. O tarifaço é apontado pela imprensa americana como um dos fatores de desgaste político do governo em eleições estaduais recentes.
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Trump afirmou que pretende usar a arrecadação tarifária para financiar os cheques de US$ 2 mil. A viabilidade é contestada. O Comitê para um Orçamento Federal Responsável estima custo de cerca de US$ 600 bilhões, o dobro da receita tarifária projetada para 2025. Até setembro, os Estados Unidos haviam arrecadado US$ 195 bilhões em tarifas; economistas esperam cerca de US$ 300 bilhões no próximo ano.
Bessent rebateu críticas de que os cortes seriam uma resposta emergencial à alta de preços. Segundo ele, as reduções anunciadas na sexta-feira (14) são resultado de meses de negociações com países da América Central e do Sul. “Isso não surgiu do nada. Estamos trabalhando nisso desde o primeiro dia”, disse.
O secretário também comentou a previsão de que o preço da carne moída possa chegar a US$ 10 por libra (cerca de R$ 110 o quilo) até o terceiro trimestre de 2026. Ele afirmou que parte da pressão vem do reaparecimento de uma enfermidade já eliminada nos Estados Unidos. Para evitar risco sanitário, o governo suspendeu importações de carne bovina do México. Bessent vinculou o problema à entrada de animais trazidos por imigrantes vindos da América do Sul.
Ao tratar da inflação, Bessent afirmou que o governo Trump “herdou uma inflação terrível”, mas disse ver sinais de desaceleração. Segundo ele, preços de energia e juros já recuaram. A estratégia agora é combinar queda gradual dos índices com aumento da renda disponível.
O secretário destacou isenção de imposto sobre gorjetas, horas extras e benefícios da Previdência Social norte-americana, além da possibilidade de deduzir juros de financiamentos de carros produzidos nos Estados Unidos. “Eu esperaria que nos dois primeiros trimestres a curva da inflação se incline para baixo e a renda real acelere substancialmente”, afirmou.
Ele disse que, quando essas duas linhas se cruzarem, os americanos devem sentir melhora no orçamento doméstico.
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Agricultura
Inmet emite alerta de perigo para tempestades em várias áreas do país no início da semana; confira

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantém oito alertas de perigo para tempestades, chuva forte, queda de temperatura e ventania em diversas áreas do país no começo desta semana.
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Um dos alertas é para grande perigo de tempestade em áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul de Mato Grosso no Sul. Nessas áreas (veja quadro abaixo), a expectativa é de chuva superior a 60 mm/h ou maior que 100 mm/dia, ventos superiores a 100 km/h, e queda de granizo. O alerta é válido deste domingo (16) até as 3h da segunda-feira (17).
Segundo o Inmet, pode haver danos em edificações, corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores, alagamentos e transtornos no transporte rodoviário.
Outro alerta de perigo engloba os três estados do Sul, sul e oeste de São Paulo, quase todo Mato Grosso do Sul e até uma área do sul de Mato Grosso. A chuva, neste caso, pode ficar entre 30 e 60 mm/h ou de 50 a 100 mm/dia, com ventos intensos (60-100 km/h). O alerta vale até as 8h de segunda-feira.
Um alerta de perigo potencial por queda de temperatura indica que pode haver declínio de 3 a 5 ºC até as 9h da segunda-feira numa faixa do Rio Grande do Sul que abarca o sudoeste, o sudeste e áreas do centro do estado (veja abaixo).
Já um alerta para perigo potencial por chuvas intensas abrange uma faixa de dez estados (veja quadro abaixo). A área está sujeita a precipitações de até 50 mm/dia e ventos intensos (40-60 km/h).
Outro dos avisos do Inmet, com validade até 18h de segunda-feira, adverte para perigo da ocorrência de ventos costeiros por todo litoral da região Sul.
Um perigo potencial de tempestades atinge uma estreita faixa que engloba áreas de seis estados, de São Paulo a Mato Grosso, onde a chuva pode ficar entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, com ventos intensos (40-60 km/h) e queda de granizo.
Por fim, o Inmet também alerta para perigo de chuvas intensas até as 9h de segunda em áreas do Amazonas: centro, sudoeste, sul, norte e região do Madeira-Guaporé. O total de chuva pode chegar de 50 a 100 mm no dia.
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