Conecte-se Conosco

Agricultura

Pesquisadores desenvolvem gel com casca de fruto do cerrado como agente antiobesidade e antidiabetes

Publicado

em

O fruto da mangaba (Hancornia speciosa) – Foto por: Arquivo/Pesquisador

 

Uma equipe de pesquisadores está investigando os benefícios do fruto da mangabeira (Hancornia speciosa) como potencial fitoterápico, com apoio do Governo de Mato Grosso. Estudos revelaram que compostos fenólicos, como ácido clorogênico e rutina, presentes na casca da fruta possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Esses compostos ajudam a combater o estresse oxidativo, reduzem o peso corporal com segurança e melhoram comorbidades associadas, como obesidade, diabetes mellitus e doença hepática gordurosa não alcoólica, possibilitando a criação de um fitoterápico eficaz.

A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), e liderada pela professora doutora Márcia Queiroz Latorraca, da faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Durante o desenvolvimento do fitoterápico, a casca do fruto foi processada rigorosamente e submetida a técnicas de extração dos princípios ativos. Esse extrato vegetal foi incorporado em um gel com aplicações farmacêuticas e alimentícias, formulado para ser livre de incompatibilidades físico-químicas. A forma farmacêutica semissólida gelificada é composta por uma rede de polímeros hidrofílicos que entumece em contato com a água, formando partículas esféricas que encapsulam os compostos bioativos, protegendo-os do pH estomacal e preservando suas propriedades. Além disso, o produto é seguro para diabéticos e intolerantes à lactose, pois não contém açúcar ou excipientes lácteos.

As folhas da mangabeira têm atividade anti-hipertensiva, vasodilatadora, anti-inflamatória e antidiabética; a casca possui atividades antidiabética, anti-obesidade, antimicrobiana e gastroprotetora; a raiz tem efeitos anti-hipertensivos, cicatrizantes e anti-reumáticos; e o látex e o suco leitoso do fruto são usados no tratamento de doenças fúngicas, tuberculose e úlceras gástricas.

Publicidade

A mangabeira é uma espécie promissora encontrada principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. O fruto é rico em elementos essenciais como ácido ascórbico, cálcio, zinco, ferro, carotenoides e vitamina E, além de ser saboroso, utilizado na produção de sorvetes, biscoitos, caldas, sucos, vinhos, licores, geleias, compotas, álcool e vinagre.

Outro potencial da mangabeira é a extração de látex para a indústria da borracha. A mangabeira pode produzir um litro ou mais de látex em apenas duas horas de sangria, enquanto a seringueira produz entre 50 e 100 ml, precisando ser cortada a cada dois dias. A mangabeira, por sua vez, é cortada apenas duas a três vezes ao ano, exigindo menos mão de obra.

A análise do extrato bruto das folhas frente às larvas de Artemia salina Leach revelou baixa citotoxicidade, indicando segurança no uso terapêutico. O teste de atividade hemolítica realizado com hemácias de sangue de carneiro mostrou que o extrato da casca de mangabeira é fracamente tóxico a atóxico.

Os próximos passos da pesquisa incluem determinar as concentrações dos compostos bioativos no extrato, avaliar a influência da digestão na bioacessibilidade dos compostos fenólicos, estender o prazo de validade do produto, desenvolver um nanosistema para administração oral do extrato e realizar ensaios clínicos para avaliar sua eficácia no tratamento da obesidade e outros parâmetros biológicos.

A equipe de pesquisa é composta pelos professores doutores Ana Paula Aparecida Pereira (UFMT – Cuiabá), Célio Fernando Figueiredo Angolini (UFABC) e Claudemir Batalini (UFMT – Campus do Araguaia).

Publicidade
Continue Lendo
Publicidade
Clique Para Comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Agricultura

Fenômeno: touro recordista mundial da raça nelore alcança valorização de R$ 4,8 mi

Publicado

em

fenomeno:-touro-recordista-mundial-da-raca-nelore-alcanca-valorizacao-de-r$-4,8-mi
Foto: Plínio Queiroz/Lance Rural

Um dos momentos mais marcantes da pecuária brasileira deste ano aconteceu nesta sexta-feira (13), durante o Leilão Elite JMP, realizado em Campo Grande (MS). O destaque absoluto da noite foi o Fenômeno FIV JMP, atual reprodutor recordista mundial da raça nelore, que teve 50% de sua propriedade negociada por R$ 2,404 milhões — valor correspondente a 40 parcelas de R$ 60.100, o que faz sua valorização total atingir R$ 4,808 milhões

O comprador da cota foi o criatório Nelore São Pedro e Alan Zas, reconhecido por investimentos estratégicos em genética de ponta. Com a aquisição, Nelore São Pedro e Alan Zas se tornam parceiro do Nelore JMP, consolidando uma aliança que promete impulsionar ainda mais a qualidade genética da raça no Brasil e no mundo.

O touro Fenômeno FIV JMP encontra-se atualmente na central ABC Brasil, referência nacional em coleta e difusão de sêmen. O animal vem se destacando não apenas pelos números impressionantes em produtividade e desempenho genético, mas também por sua consistência racial, carcaça e fertilidade, características que o colocaram no topo dos rankings nacionais e o tornaram objeto de desejo dos maiores criatórios do país.

A venda histórica reafirma o momento de valorização da genética de excelência na pecuária nacional e destaca a força da raça nelore no cenário internacional. Fenômeno FIV JMP representa não só um avanço zootécnico, mas também um marco comercial que eleva os padrões do mercado de elite.

O Leilão Elite JMP foi transmitido ao vivo para todo o país e reuniu criadores, investidores e apaixonados pela seleção nelore, reforçando o protagonismo de Mato Grosso do Sul como polo da pecuária brasileira. O Canal Rural e o Lance Rural assinam a transmissão e cobertura oficial dos três dias de evento.

  • Canal Rural TV (parabólica digital, TV Conectada e operadoras)
  • Redes sociais do Lance Rural (@lancerural)
  • Aplicativo Lance Rural e site oficial

O post Fenômeno: touro recordista mundial da raça nelore alcança valorização de R$ 4,8 mi apareceu primeiro em Canal Rural.

Publicidade
Continue Lendo

Agricultura

Aumento de 6°C nos termômetros até 2100 pode eliminar colmeias e alimentos, mostra Embrapa

Publicado

em

aumento-de-6°c-nos-termometros-ate-2100-pode-eliminar-colmeias-e-alimentos,-mostra-embrapa
Foto: Eugênia Ribeiro/Embrapa

Ondas de calor, secas e inundações, reflexos das mudanças climáticas, impactam colmeias de abelhas no Brasil e no mundo. Com isso, não apenas a produção de mel, mas a segurança alimentar global como um todo enfrenta riscos, mostra estudo da Embrapa.

O ponto central da crise é a dependência da polinização para a produção de alimentos. A pesquisadora Fabia Pereira, da Embrapa Meio-Norte, ressalta que apicultores de diversas partes do mundo já percebem os efeitos da mudança climática em suas atividades.

“A frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos representam desafios significativos para a sobrevivência das colmeias e a produtividade da cadeia apícola”.

Para ela, é fundamental desenvolver e implementar medidas de mitigação e adaptação para garantir a resiliência desses sistemas produtivos diante dos eventos climáticos extremos.

Enchentes e incêndios ameaçam colmeias

Segundo a Federação Apícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul (Fargs), durante as enchentes em 2024 no estado, entre 35 mil e 60 mil colmeias foram destruídas, causando impacto direto na apicultura, meliponicultura e produção de alimentos que dependem da polinização.

Anteriormente, em 2016, também houve registros de perdas de insumos e equipamentos de produtores na Argentina e em outros estados do Brasil.

Publicidade

Incêndios também têm prejudicado colmeias de vários países além do Brasil, como Portugal, Espanha, Austrália e Canadá. O fogo consome as colmeias e o pasto apícola, que é o conjunto de plantas que fornecem os recursos necessários para alimentação de abelhas e para a produção de mel, pólen, própolis e cera.

Municípios de São Paulo, do Pantanal Matogrossense e até da região amazônica têm sentido os efeitos dos incêndios. “As colmeias que não são afetadas pelo fogo sofrem com os efeitos da fumaça. Estudos demonstram que a qualidade do ar foi afetada a distâncias que variavam de 120 km a 300 km de distância. As queimadas que atingiram o Pantanal em 2020 afetaram dez estados brasileiros, chegando à região Sul do país”, afirma Fábia.

O futuro incerto até 2100

Cientistas projetam um cenário preocupante para o clima brasileiro até o ano de 2100, alertando para um aumento de até 6°C na temperatura caso as emissões de gases poluentes se mantenham elevadas.

As previsões indicam que todos os biomas do país serão afetados, com destaque para a Amazônia, que pode registrar um aumento de temperatura entre 1°C e 6°C, acompanhado por uma redução nas chuvas que varia de 10% a 45%.

No Pantanal, a temperatura deve subir de 1°C a 4,5°C, enquanto a diminuição das chuvas pode atingir entre 5% e 45%. Já no Pampa, a elevação da temperatura esperada é de 1°C a 3°C, com uma redução de 5% a 40% no volume de precipitações.

Publicidade

A Caatinga, por sua vez, pode sofrer um aumento térmico de 0,5°C a 4,5°C, e uma queda nas chuvas que varia de 10% a 50%. Para a porção nordeste da Mata Atlântica, a previsão é de um incremento na temperatura entre 0,5°C e 4°C, e uma redução de 10% a 35% nas chuvas.

No Cerrado, as temperaturas podem se elevar de 1°C a 5,5°C, com uma diminuição de 10% a 45% nas chuvas. Finalmente, a porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica deve registrar um aumento de temperatura de 0,5°C a 3°C, e uma redução de 5% a 30% nas chuvas.

A pesquisadora da Embrapa reforça que essas projeções demonstram a urgência de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas no Brasil.

Adaptação e resiliência

Foto: Jessica Louque, Smithers Viscient, Bugwood.org

Para Fábia é importante encarar a mudança climática não apenas como um problema ambiental, mas como uma ameaça direta à produção de alimentos e à subsistência de comunidades rurais.

A vulnerabilidade do setor apícola, evidenciada pelos impactos que tem sofrido, exige uma ação colaborativa entre cientistas, governos, associações de produtores e a sociedade em geral para garantir a proteção das abelhas e, consequentemente, a sustentabilidade da vida no planeta.

Publicidade

A promoção de tecnologias e práticas adaptativas é um caminho apontado para mitigar os impactos e assegurar o futuro da apicultura e meliponicultura.

*Sob supervisão de Victor Faverin

O post Aumento de 6°C nos termômetros até 2100 pode eliminar colmeias e alimentos, mostra Embrapa apareceu primeiro em Canal Rural.

Continue Lendo

Agricultura

Tempestades, frio e ventania de 100 km/h: confira a previsão de hoje

Publicado

em

tempestades,-frio-e-ventania-de-100-km/h:-confira-a-previsao-de-hoje
Foto: Inmet

O sábado inicia com clima intenso no Sul e Centro-Oeste do Brasil. Áreas de instabilidade vindas do Paraguai devem trazer tempestades e muita ventania aos estados das duas regiões. Destaque também para chuva forte no Norte e Nordeste. Confira a previsão completa:

Você quer entender como usar o clima a seu favor? Preparamos um e-book exclusivo para ajudar produtores rurais a se antecipar às mudanças do tempo e planejar melhor suas ações. Com base em previsões meteorológicas confiáveis, ele oferece orientações práticas para proteger sua lavoura e otimizar seus resultados.

Sul

Áreas de instabilidades vindas do Paraguai provocam mudança no tempo no Sul do Brasil e, além da presença das baixas temperaturas, a chuva volta a ser destaque, com risco de temporal entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e cidades do Paraná. Tempestades são esperadas para Florianópolis e Curitiba; Porto Alegre volta a ficar em alerta. Além das precipitações, o risco de ventania aumenta, com rajadas que podem se aproximar dos 100 km/h.

Sudeste

Tempo mais aberto, apesar das temperaturas ainda baixas pela manhã entre São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, mas com a máxima subindo um pouco mais à tarde. Na capital paulista, a temperatura já volta a se aproximar dos 22°C e não chove. O tempo segue firme e seco no interior mineiro. Destaque para os termômetros subindo mais na cidade carioca, sem previsão de chuva. Tempo firme em Vitória.

Centro-Oeste

Risco de chuva aumenta em cidades do centro-sul de Mato Grosso do Sul pelas instabilidades do Paraguai. Sábado de sol entre nuvens e pancadas que podem ocorrer com força em municípios como Naviraí e Ponta Porã. Campo Grande pode receber chuva no final do dia e o tempo já fica um pouco mais instável pelas instabilidades que descem um pouco mais do extremo noroeste de Mato Grosso. Já Cuiabá, Goiânia e Brasília vão continuar com o início de fim de semana de tempo aberto, firme e até mais seco.

Nordeste

Chuva mais concentrada entre o litoral de Alagoas e do Sergipe, com alerta até mesmo para alguns temporais. A costa leste da Bahia segue mais instável. O dia será mais abafado, com predomínio de muitas nuvens e condição de pancadas moderadas. Já no interior do Nordeste, tempo firme e muito seco, com calorão entre a Bahia, o Piauí e Maranhão. Destaque para a umidade abaixo dos 30% e pouca chuva entre São Luís, Fortaleza e Natal.

Norte

Norte do Brasil com alerta entre Amazonas, Roraima e Amapá: pancadas de chuva podem vir com força, trazendo risco de tempestades em Macapá, Manaus, Boa Vista e Belém. A chance é de pouca chuva entre o Acre e Rondônia e o tempo segue firme, muito seco, com destaque para o calorão em todo o estado do Tocantins.

Publicidade

O post Tempestades, frio e ventania de 100 km/h: confira a previsão de hoje apareceu primeiro em Canal Rural.

Continue Lendo

Tendência